
Apenas por um dia pretendo levantar da cama e correr
Correr descalço pelas areias brancas
Sentir a onda do mar me molhar os pés
E o vento suave bater em meu rosto.
Apenas por um dia simplesmente correrei
E não me importarei com os problemas,
Pois eles não serão nada mais do que obstáculos a serem superados.
E eles assim o serão, apenas por um dia.
Contra as dores que ontem me maltratavam eu já me anestesiei.
Apenas por um dia elas ficarão presas ao ontem
E não serão nada mais do que lembranças
E nada menos do que estímulos pra que eu corra mais rápido.
Os olhos da censura desta vez não me impedirão.
Minhas vozes interiores não serão mais tão altas quanto ontem.
As mãos que – sempre – me agarram desta vez não serão tão fortes,
Porque, apenas por um dia, eu simplesmente correrei.
E assim vou eu correndo
Rumo ao abraço apertado dos amigos,
à gargalhada alta e imaculada,
À compaixão, à felicidade, rumo ao amor.
Corro, tropeço, caio.
Levanto,
Pois, nessa corrida não me distraio.
Mancando, continuo correndo (apenas por um dia).
Apenas por um dia quero viver assim.
Apenas por um dia desejo crer que nada mais importa,
E então, apenas correrei.